Perto de um milhão de sul-sudaneses refugiados em condições difíceis
Perto de um milhão de sul-sudaneses, principalmente mulheres e crianças, fugiram da guerra civil para os países vizinhos, onde vivem em campos sobrelotados, informou hoje a ONU.
O Alto Comissariado das Nações Unidos para os Refugiados (ACNUR) assinalou a dificuldade das agências humanitárias e dos países da região em enfrentar um novo afluxo de refugiados provocado pelos combates mortíferos em Juba, no início de julho, entre as forças do Presidente Salva Kiir e as tropas leais ao antigo vice-presidente Riek Machar.
"Com os refugiados que fogem do Sudão do Sul aos milhares, os países vizinhos enfrentam uma provação, sob o peso conjugado de numerosos recém-chegados e operações (humanitárias) largamente subfinanciadas", alertou o ACNUR num comunicado.
"Já existem 930.000 refugiados (sul-sudaneses) na região e novos vêm diariamente aumentar as fileiras", adiantou.
O ACNUR informou precisar de financiamento urgente para transferir mais de 45.000 refugiados de centros de receção e trânsito "completamente saturados" para o novo campo de Yumbe, no Uganda, com uma capacidade para 100.000 pessoas.
"Quando numerosas pessoas vivem numa tal promiscuidade, a probabilidade de uma epidemia aparecer é muito elevadas", alertou.
A agência da ONU indicou ter recebido apenas um quinto dos 545 milhões de euros necessários para dar abrigo aos 930.000 refugiados distribuídos por seis países da região, assim como aos cerca de 1,6 milhões de deslocados que vivem em campos no Sudão do Sul.
Os combates em Juba no início de julho causaram pelo menos 300 mortos e mais de 70.000 deslocados, tendo posto em causa o acordo de paz assinado em agosto de 2015 entre Kiir e Machar para acabar com uma guerra civil devastadora iniciada em dezembro de 2013.
O acordo assinado sob forte pressão internacional previa a criação de um governo de unidade nacional que deveria organizar eleições.
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