Kizua Gourgel critica erros graves da organização dos Angola Music Awards
Músico diz que prémio de afro jazz “é ridículo” e que Nelo de Carvalho nem o seu disco produziu.
O cantor Kizua Gourgel disse ontem durante o programaZap News, que a organização do Angola Music Awards (AMA) comete erros graves de concepção na entrega de prémios aos músicos.
O artista fez estas declarações depois do AMA ter considerado a música de N’soki “Vai-te embora”, como melhor tema de afro-jazz, que segundo o Kizua, é uma balada pop, para além de consagração de Nelo de Carvalho como melhor produtor, quando se desconhecem as produções que o tornaram vencedor.
Kizua Gourgel esclareceu que as críticas não visam os seus colegas, mas a organização dos AMA. Segundo o músico, a categoria afro-jazz não devia existir porque nenhum cantor angolano faz este estilo.
“Não fiz crítica à N’soki. Acho que está completamente errado entregar o prémio de afro jazz a uma balada pop. Esta categoria não devia existir porque ninguém faz afro jazz em Angola. A única pessoa que começou a fazer este estilo recentemente no seu disco foi a Afrikanita. Portanto esta categoria nem devia existir, é ridículo”, disse.
Durante a gala de entrega de prémios, realizada no sábado no pavilhão Multiusos do Kilamba, Nelo de Carvalho foi distinguido como melhor produtor do ano, numa categoria em que concorria com Gaia Beat, C4 Pedro, Gino Levi e Mestre Fredy.
De acordo com o Kizua Gourgel, Nelo de Carvalho nem o seu próprio disco produziu.
“Quando se entrega o prémio de melhor produtor deve se indicar qual é a produção que lhe deu este prémio. É assim que se faz as coisas. Se não sabem fazer é melhor não fazer, ou chamem quem saiba fazer. É uma tremenda falta de respeito à própria cultura, e aos músicos que trabalham com muito sacrifício para fazer coisas em condições”, desabafou.
Uma boa parte dos cantores angolanos continuam a fazer playback nos seus concertos e o mesmo ocorreu na gala dos AMA, com excepção das Afrikanas. Para Kizua Gourgel, a produção não devia permitir o playback.
“Deixo também aqui uma nota negativa, mas, dez abaixo de zero, para todos meus colegas que fizeram playback. A organização não devia permitir, num evento de entrega de prémios de música, os artistas fazerem playback. Isto é brincadeira. Sinceramente eu não reconheço qualquer legitimidade dos AMA. Há concorrentes que para serem nomeados têm que ser inscritos”, queixou-se o artista.
Kizua Gourgel também não poupou críticas à TPA pela cobertura que fez da gala: “Não estive presente no evento e vi a reposição pela TPA que é uma desgraça porque não sabem fazer cobertura de um evento daquela magnitude”, comentou.
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