“O sector de bebidas em Angola é dos que mais se desenvolveram”
Presidente da Associação das Indústrias de Bebida de Angola , Manuel Victoriano Sumbula, apontou, no entanto, a falta de exposição das bebidas nacionais face às importadas.
Manuel Victoriano Sumbula, presidente da Associação das Indústrias de Bebida de Angola (AIBA), em grande entrevista à edição de Agosto da revista Economia & Mercado, apontou que a “indústria de bebidas contribuiu com 4 por cento no PIB”, citando números do INE.
Mesmo com uma quebra efectiva da produção deste ano na ordem dos 40 por cento, com origem na crise económica que dificulta a importação da matéria-prima, Sumbula aponta que o sector é responsável por 14 000 postos de trabalho directos e 45 000 indirectos.
“O país tem mais de 40 empresas de bebidas e, entre cerveja, água e refrigerantes, vinhos e espirituosas, as quantidades produzidas já respondem às necessidades do mercado, três mil milhões de litros por ano”, alertando no entanto que, “no geral dos associados, há uma estimativa de quebra efectiva na produção que ronda entre os 30 e os 40 por cento para 2016, se a situação para a falta de divisas se mantiver”, situação que “não acredita” que se prolongará.
Quando questionado sobre a redução de importação de bebidas e a oportunidade para investimentos estrangeiros no sector, Manuel Victoriano Sumbula mostra-se apreensivo e crítico à exposição deficiente das bebidas nacionais nos estabelecimentos comercias.
“No outro dia fui com o meu filho, de sete anos, a um hipermercado. Passámos no linear das águas e ouço a seguinte pergunta:’Papá, não há água angolana? – Há pois!’, respondi. O curioso é que temos sumos e águas a serem importados, quando temos produção nacional e um sério problema de divisas, o que, neste caso, me deixa pensativo. Eu não sou defensor de só consumirmos o que é nacional, apenas me questiono porque é que os produtos nacionais não têm o mesmo destaque que os importados”, explicou.
Com o objectivo de atingir a meta dos 25 por cento do PIB, Sumbula aponta que o desenvolvimento da área é “fruto da visão estratégica, de investimento e, sobretudo, do planeamento de recursos com horizonte de médio e de longo prazo”.
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